Uma leitura que teve até vários aspectos bastante positivos que me fizeram ponderar se deveria adquiriGostei. Não adorei nem gostei muito, mas gostei.
Uma leitura que teve até vários aspectos bastante positivos que me fizeram ponderar se deveria adquirir os restantes livros da trilogia (este é o segundo da série "Bruna Husky", nome da protagonista destas histórias). Fiquei sempre com a sensação de que, apesar de "não ter feito falta" a leitura do primeiro (este funcionou muito bem como "standalone"), deveria lê-lo antes de dar esta opinião. Mas já decorreu um ano sobre a data em que terminei de ler O Peso do Coração e não tendo isso acontecido, só posso concluir que não é algo que esteja muito motivada para fazer, pelo que o melhor é escrever aqui a minha opinião e tentar fazer seguir este exemplar para onde possa ser mais apreciado.
A protagonista que Rosa Montero construiu, a Bruna Husky, é uma personagem formidável e a história leva a muitas e boas reflexões não só no que respeita às sociedades humanas, sua evolução e relação com a tecnologia, como é próprio das distopias, mas também a reflexões sobre a humanidade, individualidade, existência e consciência da morte, do ponto de vista de uma IA.
Infelizmente, nada do que Rosa Montero me trouxe no que respeita a estas reflexões foram algo de novo para mim ou me acrescentaram, mas não deixa de ter um enredo bem construido com bons personagens. O worldbuilding também achei bem conseguido, mas também com muito pouco de novidade e sem nada que me entusiasmasse. Da escrita da autora pouco recordo, penso que seria normal e competente, adequada à sua história, mas recordo ainda hoje ao fim de um ano, que estranhei a utilização repetida da palavra "resfolegar"...não sei se é do texto original ou se foi algum "glitch" de tradução ...more
Que leitura excelente! As expectativas eram altas, mas cumpriram-se, apesar de alguns pormenores de importância menor. A única coisa que realmente tenQue leitura excelente! As expectativas eram altas, mas cumpriram-se, apesar de alguns pormenores de importância menor. A única coisa que realmente tenho a apontar a esta obra é que gostaria que o seu enredo e personagens tivessem sido mais desenvolvidos, mais aprofundados.
Trata-se de uma obra de ficção científica, mas que em minha opinião possui características para agradar a qualquer leitor. É uma escrita simples, uma boa história, bem imaginada e com um excelente ritmo.
O livro descreve uma sociedade distópica no futuro, controlada pela tecnologia, pelos "écrans". Nessa sociedade, os conteúdos de informação são manipulados. São criados conteúdos de entretenimento rápido e inócuo, de massas, que é consumido pelos indivíduos de forma passiva. A liberdade individual de pensamento, é algo que o poder vigente quer manter afastado. As pessoas não questionam, não se interrogam, aceitando como única e verdadeira a informação que o poder através dos seus écrans lhes fornece.
Neste cenário, os livros, relíquas de um passado considerado nefasto, são algo proibido. Contendo informação privilegiada e diferente que poderá levar os indivíduos a pensar, a sentir, a um conhecimento que vai para além daquele que o poder vigente quer passar, são considerados subversivos e uma fonte do mal. A sua leitura é proibida. Os bombeiros, heróis também do futuro, têm como missão queimar livros, protegendo assim a população dos seus malefícios.
Acompanhamos a história de um desses "heróis" bombeiros (Guy Montag), orgulhoso da sua missão e profissão, mas que a certa altura se começa a interrogar sobre o que realmente estará contido nos livros e sobre a sua profissão... A partir deste ponto nada mais posso contar sem correr o risco de spoilers :).
Publicado pela primeira vez em 1953, pareceu-me que ao autor preocupava a evolução da televisão e da consequência da propagação dos seus conteúdos massificados. Penso no entanto, que longe estaria ele de imaginar como "os écrans" e os "conteúdos" de massa dominariam o dia a dia do século XXI. Infelizmente para nós, não podemos desculpar os nossos comportamentos com um Estado autoritário ou totalitário que nos queima os livros e nos impede o acesso ao conhecimento, à "boa" informação. Somos nós mesmos que escolhemos esta via. Qualquer coincidência com a vida real (NÃO) é pura coincidência! ;)
A colecção da ASA da qual esta edição faz parte, define bem o que foi para mim este livro: um pequeno prazer. Um pequeno livro, e uma assaz e incisivaA colecção da ASA da qual esta edição faz parte, define bem o que foi para mim este livro: um pequeno prazer. Um pequeno livro, e uma assaz e incisiva crítica social , que se apresenta "embrulhada" numa história imaginativa e fora do vulgar. Primeiro estranha-se um pouco a linguagem utilizada, mas cedo a mesma é justificada e o leitor se habitua, sem problemas de maior.
É mesmo muito curioso este livro. A crítica social em si mesma não é novidade, pois aborda temas da nossa sociedade actual, sobre os quais ouvimos falar recorrentemente, e sobre os quais, certamente, já a maior parte dos leitores reflectiu. Mas a forma como essa crítica é feita, essa sim, é singular e diferente. O livro lê-se muito rapidamente e com grande facilidade e a história consegue manter o interesse do leitor durante toda a leitura. Continuo, contudo, sem conseguir "conhecer" este autor, pois acho que, dadas as características muito próprias deste livro, não terá sido esta a melhor escolha para esse fim. Espero assim, voltar a ler mais obras de João Aguiar.
Pode ver aqui o meu post completo sobre este livro no Linked Books....more